Assunto mais pesado que A Gorda.

Por esses dias tive uma crise de enxaqueca das bravas. Fui procurar analgésico na minha bolsa e não tinha, e quando cheguei em casa procurei e também não. Acha que fiquei triste? Pelo contrário!

Quando A Gorda dominava, analgésico era parte dos itens essenciais, assim como comida. A comida continua sendo, mas agora com um cardápio bem diferente. A visita à farmácia era literalmente semanal, e só não foi porque por algumas vezes comprei no atacado. Que horror!

E para que tanto analgésico? Porque de verdade eu sentia muita dor. Senta que lá vem história:

- Enxaquecas frequentes, e já foi provado que uma alimentação inadequada provoca crises;
- Dor na sola do pé, principalmente no fim do dia. O meu pé segue o padrão da dona, é chato, muito chato, não tem como ser mais chato. Assim meu apoio não é dos melhores e carregar tanto peso não ajudava o Chatonildo;
- Dor na perna até os joelhos por muita retenção de líquidos. Se hoje ainda tenho inchaço, imagine antes. Na bioimpedancia mostrava 5kg a mais de líquidos além do limite máximo esperado. Difícil circular no meio de tanta gordura;
- Dor na lombar a ponto de travar por diversas vezes. Era muia comissão de frente, mas desta vez não por gordura e sim por glândula mesmo e que só a cirurgia solucionaria. Sejamos justos com A Gorda.

Fazia muito tempo que não ia a uma farmácia porque já não sinto dor. E olha, nem precisei morrer para chegar nesse estágio! Acha que peguei pesado? Eu tinha IMC acima de 40 que reflete obesidade mórbida. Quando eu saí deste limite, meu querido Dr. Julián Hernandez, acupunturista no México, me disse essas palavras: parabéns, você já diminuiu muito seu risco de morte súbita.

Achou exagero de novo? Imagine seus órgãos tendo que administrar tudo num ambiente entupido de gordura? Ele pode colapsar! É muito esforço para o coração ter que levar sangue para cada célula num sistema sobrecarregado.

Eu já estava num ponto que achava que sentir dor era parte da rotina, que era normal. O que eu fiz comigo??? E olha o risco que poderia impactar a minha família?! Acordei de um sono profundo, quase letárgico de 34 anos, mas acordei.

Cada pessoa tem uma história. Nem todo mundo sempre foi gordo, nem todo mundo tem obesidade mórbida. Escrevo este blog pensando em ajudar independentemente do peso que esteja do outro lado, compartilhando o que tenho vivido e aprendido nesta odisséia já que pode servir para alguém mais. Hoje tenho uma vida totalmente diferente, mais leve em todos os sentidos: no peso, nas roupas, na disposição e até no humor, afinal não tem como estar bem sentindo dor.

Pesquise na internet os impactos da gordura visceral, que é a que fica alojada entre os órgãos. Procure também a comparação da imagem e volume de 1kg de gordura e 1kg de músculo. Eu costumo falar em 8 sacos de arroz eliminados, mas na verdade o volume é bem maior. Procure também as doenças associadas a cada faixa de peso no IMC e se localize nelas. Quero que você se assuste assim como me assustei e enfrente suA Gorda (ou Gordo) de frente.

Respira fundo e toca.